Saúde mental e alimentação: prevenir doenças, melhorar a memória e regular as funções cerebrais é possível através do garfo.
É bem sabido que o excesso de açúcar provoca diabetes, o consumo exagerado do sal causa hipertensão arterial e comer muitas gorduras eleva os níveis do mau colesterol. A novidade é que comer bem pode ajudar a manter a mente sã. Descubra mais sobre a relação entre alimentação e saúde mental.
Para retirar mais benefícios da sua alimentação, lembre-se que o ato de comer não deve ser encarado simplesmente como forma de saciar a fome. A sua dieta é responsável por uma vida saudável e o segredo para cuidar melhor de si está, em grande parte, no prato.
Alimentação e saúde mental: nutrientes essenciais
Ácidos gordos
Os ácidos gordos são um componente importante da membrana celular e estão envolvidos na maturação do sistema nervoso central e na produção de mielina, que é a responsável pelo impulso nervoso ao longo dos neurónios. O ácido gordo DHA desempenha um papel importante para a permeabilidade e fluidez das membranas celulares, isso faz dele um aliado da memória e da aprendizagem.
O ácido gordo DHA também apresenta propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. São estas que ajudam o corpo a combater sinais típicos do Alzheimer, como a inflamação crónica provocada pelo acúmulo de Beta–Amiloide. Para além disso, suplementos deste ácido gordo estão associados à prevenção de doenças psiquiátricas, como a doença bipolar e as depressões.
Adultos saudáveis com baixos níveis destes ácidos gordos podem sentir fadiga, variação de humor, sintomas de depressão, impulsos de agressividade e ainda ter dificuldade nos processos de memorização.
Ómega 3
Um estudo britânico, realizado com crianças ainda em idade escolar, mostrou que a aprendizagem é mais eficaz quando existe uma suplementação de ómega-3. O mesmo acontece com a memória, que aumenta a sua função através do mesmo estímulo. Este estudo levou a que os especialistas se voltassem para o papel da nutrição no funcionamento de um cérebro saudável.
Os ácidos gordos polinsaturados ómega-3 são: ácido linolénico, ácido docosahexaenoico (DHA) e ácido eicosapentaenoico (EPA). Estes são nutrientes tidos como essenciais para o bom funcionamento do organismo. É importante frisar que o nosso corpo não produz nenhum deles naturalmente. É através da alimentação que podemos ter acesso aos seus benefícios.
Alguns dos alimentos ricos em ómega-3 são o salmão, a sardinha, o bacalhau e o atum.
“A novidade é que comer bem pode ajudar a manter a mente sã. Descubra mais sobre a relação entre alimentação e saúde mental.”
Antioxidantes
Os antioxidantes desempenham um papel importante quando o assunto é combater os efeitos dos radicais livres, eliminando os seus efeitos no organismo e protegendo as células cerebrais. Entre os seus principais benefícios está a capacidade de evitar o envelhecimento prematuro dos tecidos do nosso corpo. Para obter antioxidantes, é necessário incluir na dieta as vitaminas A, C, E, e selénio.
Vitamina E
Existe em abundância na soja, no milho, no girassol e no gérmen de trigo. Estudos mostram que uma dieta rica em vitamina E reduz os riscos de Alzheimer.
Vitamina A
Os alimentos mais ricos neste nutriente são a cenoura, os espinafres, a abóbora, os brócolos e a manteiga. Entre as carnes, o fígado destaca-se por ser um alimento rico em vitamina A.
Vitamina C
Esta vitamina vai ser encontrada em frutas e vegetais, como os brócolos, o kiwi, os morangos, assim como em todos os citrinos.
Selénio
Para consumir selénio, aposte em incluir na dieta peixes, ovos, mariscos, nozes, cereais, carne e cogumelos.
Vitaminas do complexo B e ácido fólico (vitamina B9)
Estes nutrientes são fundamentais para manter o bom funcionamento intelectual e psíquico. A falta de vitamina B12, assim como de ácido fólico, tem uma grande influência no declínio cognitivo, causando grandes dificuldades de aprendizagem e de memória. O grande responsável pelo fornecimento de vitamina B12 é o fígado, mas quando este não funciona bem, os níveis da substância caem.
O ácido fólico, por sua vez, tem um papel importante no que diz respeito ao crescimento das células e ao correto funcionamento do sistema nervoso. Os sintomas psíquicos provocados pela carência deste nutriente são a perda de memória, sentimentos depressivos, alterações de humor, dores de cabeça e confusão mental.
Pode encontrar ácido fólico nos seguintes alimentos: espinafres, espargos, ervilhas, feijões, ovos, massas e fígado.
Vitamina D
O consumo de vitamina D também está intimamente relacionado com a saúde mental. Diversos estudos revelam que níveis reduzidos deste nutriente influenciam diretamente o estado de humor, a ansiedade e os processos cognitivos, podendo provocar a depressão. Isso acontece porque a vitamina D atua no sistema nervoso central, libertando neurotransmissores como a dopamina e a serotonina.
Inclua na sua dieta salmão, sardinhas, atum, ovos e cogumelos, e não se esqueça que a exposição solar ativa a produção natural desta vitamina.
Zinco
A sua presença no organismo é fundamental para a saúde e o cérebro é um dos órgãos que mais concentra o nutriente. Assim, o zinco ajuda a regular a função cerebral, em especial aquelas que trabalham com a memória e a aprendizagem.
Procure ingerir zinco através de sementes (de papoila, sésamo, girassol), feijões, amêndoas e nozes.
4 DICAS DE ALIMENTAÇÃO PARA PREVENIR DOENÇAS MENTAIS
- Adote uma dieta rica em vitamina E e ácido fólico.
- Coma peixes ricos em ómega-3.
- Pratique exercício físico.
- Exercite a mente através de atividades cognitivas (que favoreçam a memória e a concentração).
A ciência e a medicina já reconhecem que a saúde da mente está intimamente ligada à sua dieta.
Se quer prevenir doenças mentais, melhorar a memória e regular as funções cerebrais, fique atento ao que come.
Fonte: https://www.e-konomista.pt/