De acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade do Wisconsin, as crianças a partir dos três anos já compreendem conceitos tais como o valor e a troca. Também a Universidade de Cambridge indica que a partir dos sete anos, devem-se começar a adquirir os hábitos e comportamentos financeiros que perdurarão ao longo de toda a vida.

Proporcionar uma educação financeira aos mais novos, além de ser produtivo, pode evitar conflitos financeiros familiares e também os ensina a serem consumidores mais conscienciosos no futuro.

Assim, ficam aqui algumas dicas de como conduzir os seus filhos de forma eficaz nessa “viagem” ao mundo financeiro:

  1. Remeter a criança para a escolha: “Qual preferes, a caixa dos carrinhos coloridos ou o camião dos Bombeiros?”. Proporciona-lhe a oportunidade de autonomia da escolha, com base no conceito do valor das coisas;
  2. Atribua uma semanada ou mesada (consoante a idade) para estimular uma gestão financeira dos seus recursos;
  3. Não pague pelas tarefas de casa para que ele perceba que todos devem fazer a sua parte. Mas pode atribuir um valor a alguma tarefa que tenha mais impacto, de modo a que ele consiga um rendimento extra e a fim de valorizar o seu esforço;
  4. Ensine-o a trabalhar com cartões. Atribuía-lhe um de débito. Mas, atenção, tem que monitorizar os seus gastos. Envolva-o sempre em todo o processo para que saiba os prós e contras;
  5. Comparar preços. Explique-lhe que o mesmo produto pode ter diversos preços e que, por isso, antes de comprar deve consultar várias lojas. Use a Internet, como exemplo, para comparar preços de diversos produtos e serviços;
  6. Não decida por ele: isto vai ensiná-lo a lidar com um orçamento. Mesmo que cometa algum excesso aprenderá que numa próxima ocasião não o poderá fazer com o risco de ter que lidar com a frustração;
  7. Ajude-o mas não empreste ou adiante dinheiro. Caso contrário, ele vai ficar com a ideia que os empréstimos não implicam nada em troca. É importante definir bem as regras. Em caso de necessidade é preferível ajudar no sentido de ensinar estratégias de poupança ou de aquisição de rendimentos alternativos;
  8. Tenha atenção ao que diz em relação ao dinheiro. Não passe ao seu filho a noção de que a importância da pessoa varia consoante a quantidade de dinheiro que tem;
  9. Seja um exemplo. Não gaste demasiado ou inconscientemente, pois o seu filho aprende observando.

Se as épocas de crise são oportunidades para mudar comportamentos, também devem servir para introduzir melhorias na nossa qualidade de vida. Então, porque não incluir os mais novos nessas mudanças? Para que, mais tarde, eles próprios sejam consumidores mais conscientes e tomem decisões financeiras mais coerentes e menos arriscadas.

Fonte: lifestyle.sapo.pt