A pandemia veio reforçar ainda mais esta nova forma de trabalho. Contudo, são ainda vários os mitos sobre o trabalho de freelancer.

Vejamos: ser freelancer significa ser o seu próprio patrão, podendo ter vários clientes e realizar projetos diferentes simultaneamente. Ora, tal forma de trabalho permite ao trabalhador independente uma flexibilidade e liberdade que, muito provavelmente, de outra forma não conseguia ter.

Se até uns anos o trabalho como freelancer estaria mais associado a áreas como as artes ou o digital, atualmente o cenário mudou por completo. A verdade é que a pandemia veio intensificar esta forma de trabalho, e são várias as áreas através das quais pode trabalhar neste regime.

Por exemplo: um contabilista pode trabalhar como freelancer. Assim como um profissional de escrita jurídica ou até mesmo um consultor legal.

De facto, se pensarmos bem, é possível exercer esta nova forma de trabalho em quase todas as profissões. Assim, é necessário desmistificar algumas ideias que se tem sobre o trabalho de freelancer.

Mitos sobre o trabalho de freelancer: 10 ideias erradas

Não sabe ao certo como é o método de trabalho de um freelancer? Pensa que este tipo de profissionais trabalham menos horas? Estas são algumas questões comuns que integram os mitos sobre o trabalho de freelancer.

É comum as pessoas pensarem que “os freelancers têm muito tempo livre para fazer o que lhes apetece”. Contudo, essa não é de todo a realidade de um trabalhador independente.

Atente em cada um dos mitos e esqueça as ideias erradas em relação ao trabalho como freelancer.

1. Um freelancer faz o que quer e quando lhe apetece

É verdade que um freelancer tem maior liberdade para gerir o seu tempo e as suas tarefas diárias, porém, este profissional não pode trabalhar apenas quando lhe apetece.

Um trabalhador independente, tal como em qualquer outra profissão, deve ser organizado e gerir os seus horários de forma a cumprir os prazos que lhe são propostos.

Um freelancer, para ser bem-sucedido, tem que assumir um compromisso diário, ser organizado, garantir qualidade no seu serviço e ter capacidade de resposta para todos os desafios que aceitar.

Para além disto, se vai começar a trabalhar como freelancer, saiba que muito provavelmente vai trabalhar mais de 8 horas por dia. Lembre-se que aqui o patrão é o próprio e, por esse mesmo motivo, as tarefas diárias duplicam-se.

2. Um freelancer recebe pouco e nunca irá ganhar muito dinheiro

Este é outro do grandes mitos sobre o trabalho de freelancer: o de que este profissional nunca irá ganhar muito dinheiro. Apesar de não ter determinados benefícios, como os vários subsídios atribuídos a um colaborador de uma empresa ou um ordenado fixo, o freelancer pode conseguir uma boa quantia no final do mês.

Como não depende de intermediários para a realização do seu trabalho, o freelancer pode gerir o seu tempo para obter um maior lucro. Claro que demorará algum tempo até se estabelecer neste tipo de mercado. Porém, quanto mais se dedicar às suas tarefas, mais trabalhos conseguirá realizar com sucesso e maior será o seu rendimento.

Na verdade, muitos profissionais séniores migram para a modalidade de freelancer porque não conseguem a remuneração que pretendem no mercado de trabalho. Assim, especializam-se na sua área de atuação e cobram o valor justo pelo seu trabalho.

Para além disso, sentem-se ainda mais valorizados como profissionais por conseguirem o retorno de todo o investimento que fazem.

3. Ser freelancer é para os mais novos, que estão agora a começar

Está claro que ser optar por uma carreira de freelancer é mais comum entre os jovens que iniciam a sua jornada no mercado de trabalho. Contudo, afirmar que ser freelancer é apenas para os mais novos é um engano.

São vários os profissionais que, depois de uma longa carreira no mercado de trabalho, optam por trabalhar como freelancers. Ou porque se encontraram rapidamente numa situação de desemprego e tiveram que se reinventar, ou até mesmo porque a certa altura na vida fizeram essa escolha por uma questão de realização pessoal.

Há vários freelancers com uma experiência de trabalho enorme anterior em empresas e organizações de prestígio, que optaram por um estilo de vida mais saudável e com uma maior flexibilidade, largando os seus empregos e iniciando uma nova carreira como freelancers.

4. Um freelancer pode acordar à hora que quiser

Apesar de ser o sonho de muitos profissionais, este é outro dos grandes mitos do trabalho de freelancer.

Um freelancer tem uma maior liberdade de horários, porém, tem prazos a cumprir como os restantes profissionais. Se não criar rotinas e aproveitar apenas parte do seu dia para trabalhar, menos irá produzir e menor qualidade conseguirá garantir aos seus clientes.

Esta prática trará consequências não só para o seu vencimento mensal, mas também para o seu posicionamento no mercado.

5. Não há chefes, não há pressão

Na realidade, um freelancer não tem a presença da figura tradicional de uma chefia. Porém, em todos os desafios existe um cliente associado, uma figura sempre presente, que vai constantemente cobrar prazos e exigir elevada qualidade nos seus serviços.

6. O freelancer não tem qualquer tipo de gasto associado

Dizer que um freelancer não tem gastos associados à sua profissão é irreal! De facto, existem contas para pagar associadas às tarefas e projetos que desempenha diariamente.

Começando pela internet, a luz, o telemóvel, passando pelas despesas das ferramentas necessárias ao bom desempenho do profissional. Por exemplo: ferramentas de gestão de tempo, plataformas para criação de websites, ou ferramentas de gestão de redes sociais.

7. Só é freelancer quem ficou desempregado

Este é um clássico dos mitos do trabalho de freelancer. Muitas pessoas acham que a escolha do trabalhado independente é forçada por falta de oportunidades profissionais, o que está longe de ser verdade.

O trabalho de freelancer tem sido, cada vez mais, uma opção de muitos profissionais que procuram novos desafios ou maior liberdade criativa. Para estes profissionais, a autonomia é sinónimo de maior produtividade e maior realização pessoal e profissional.

8. Só há oportunidades para freelancers de programação, tradução e design

Atualmente, as ofertas de trabalho para freelancers envolvem praticamente todas as áreas. O mercado é cada vez mais exigente e tem necessidades cada vez mais imediatas, o que exige um maior número de profissões e serviços disponíveis para dar resposta a todos desafios.

Além da necessidade de programadores, tradutores e designers, também existem muitas oportunidades para outros profissionais, como por exemplo: fotógrafos, marketeers, editores de vídeo, redatores, explicadores, ensino de línguas, juristas, contabilistas, entre outros.

9. Os freelancers não têm de lidar com burocracias

Todo o trabalho administrativo que é distribuído por vários colaboradores nas organizações recai única e exclusivamente, no freelancer.

Ou seja, este trabalhador, para além de fazer o trabalho para o qual é contratado, tem ainda de lidar com todas as burocracias inerentes ao seu trabalho. Desde a elaboração dos contratos de prestação de serviços a uma série de burocracias associadas à sua profissão.

10. O trabalho como freelancer é bom para pessoas introvertidas

Trabalhar em casa pode ser muito bom para pessoas mais tímidas e introvertidas. No entanto, é sempre necessário contacto constante com clientes, o que não significa que se passe um dia inteiro sem falar com ninguém.

É ainda extremamente importante cuidar da imagem de marca do freelancer, procurar novos clientes e, muitas vezes isso não são tarefas fáceis para introvertidos.

 

27.04.2021
Fonte: www.e-konomista.pt