Que importância podem ter os métodos de estudo no desempenho escolar de um aluno? E como podem os pais ajudar a desenvolver esses hábitos?

Ainda que a motivação, as capacidades intelectuais, as relações afetivas e familiares e os professores afetem igualmente o rendimento escolar a verdade é que, em grande parte dos casos de insucesso, o problema prende-se apenas com a falta de hábitos e métodos de estudo.

A importância dos métodos de estudo

É cada vez maior o interesse dos educadores/professores pelos hábitos e métodos de estudo, comprovada a sua importância. O mesmo acontece com os próprios estudantes que procuram a estratégia ideal para obter os melhores resultados.

Esta é uma necessidade reforçada durante o período de confinamento, devido à pandemia de COVID-19, face aos novos e relevantes desafios, para alunos, professores e encarregados de educação. Nesse processo, a plataforma #EstudoEmCasa continua a assumir um papel relevante no apoio à escola.

É certo que um bom acompanhamento no processo de ensino-aprendizagem é fundamental, mas o aluno deve reunir um conjunto de instrumentos e condições que ajudem a promover o estudo.

Perfil do estudante

Antes de mais, é fundamental que o estudante se conheça, assim como o seu encarregado de educação. Ou seja, importa perceber o que dificulta e o que facilita o estudo.

Ninguém funciona da mesma maneira. De pessoa para pessoa há diferentes ritmos de aprendizagem, maior ou menor facilidade em memorizar, em concentrar a atenção, em sintetizar, em analisar ou em compreender. Portanto, numa primeira fase há que responder à questão: como estudo melhor?

  • Sozinho ou em grupo
  • No silêncio, em casa, ou no ruído de um espaço público
  • Com música ou a televisão ligada
  • Tiro as dúvidas com os professores nas aulas
  • Não consigo estudar em casa porque não percebi a matéria

Estas são algumas possibilidades a ter em conta. Depois, é escolher a estratégia ou o método de estudo capaz de tirar o melhor partido de cada caso.

Objetivos e motivação

A eficácia do estudo depende, por um lado, de características pessoais, por outro, dos objetivos (pessoais e académicos, a médio ou a longo prazo) que o aluno pretende atingir e os quais devem estar bem definidos.

Porém, os métodos de estudo resultam de uma série de fatores associados a algo importante e fundamental, a motivação do aluno. Um aluno motivado tem objetivos definidos a nível pessoal e académico e esforça-se por atingi-los.

É, pois, da combinação destas duas vertentes, objetivos e motivação, que resulta o verdadeiro sucesso.

Para tal contribuem, significativamente, o espaço, os recursos e o apoio de pais e professores, mas não só.

Concentração

A concentração e a memorização são processos que acontecem de forma associada, ou seja, sem uma não exista a outra. Cabe aos psicólogos educacionais descobrir as lacunas deste processo para apoiar o aluno na resolução do mesmo. Ao nível do estudo, este poderá ser o primeiro fator a trabalhar.

A gestão do stress ou da ansiedade associados ao estudo ou à realização de testes e exames é também um desafio dos alunos e dos psicólogos educacionais. Perceber os motivos desta ansiedade e diminui-la ou ultrapassá-la é fundamental para que o aluno aumente a sua eficácia.

O apoio e aconselhamento psicológico é um serviço disponibilizado por algumas instituições, como a Universidade de Lisboa, por exemplo.

Tempo

A gestão do tempo permite a qualquer estudante, sobretudo aos que estão em fase de crescimento.

É importante reservar tempo para relaxar após as aulas, mas também há que perceber a importância do estudo diário. Só assim é possível obter resultados.

A planificação diária do estudo e a gestão do tempo podem conseguir-se através de:

  • Apontamentos
  • Resumos
  • Esquemas
  • Pesquisa de mais informação

Esta disciplina diária vai permitir descobrir capacidades e, consequentemente, aumentar o nível de motivação.

8 métodos de estudo eficazes

Os métodos de estudo mais eficazes são, frequentemente, aqueles que promovem um contacto mais ativo e personalizado com a matéria a estudar, favorecendo a compreensão da mesma.

Para além disso, quanto mais o método de estudo utilizado se assemelhar ao tipo de avaliação melhores serão, em princípio, os resultados.

1. Tirar Apontamentos

O aluno deve escrever os seus próprios apontamentos, com um sistema de escrita rápida que funcione para si. Deve estar atento e participar na aula, tirar dúvidas e dar especial atenção a qualquer indicação sobre o que vai ser valorizado na avaliação.

É importante, também, ler a matéria antes da aula e organizar os apontamentos em casa. Bons apontamentos são uma boa base para estudar ou rever a matéria mais tarde.

2. Auto-exame

O estudante pode formular as suas próprias perguntas, ou resolver exercícios e testes/exames anteriores. As perguntas que requerem a elaboração das próprias respostas são mais eficazes do que as de preencher espaços em branco ou de escolha múltipla.

3. Estudo distribuído

Estudar de véspera é melhor do que não estudar, pelo menos no curto prazo. No entanto, a distribuição da aprendizagem ao longo do tempo favorece a memória de longo prazo. É uma maneira de não “perder o fio à meada”.

Os intervalos mais longos (por exemplo, mais de um mês) poderão ser ideais para estudar as matérias nucleares, que precisam de ser retidas para testes ou avaliações cumulativas.

4. Estudo intercalado

Para cada nova matéria, o estudo deve ocorrer desde o início, de forma a garantir que a aquisição de conhecimentos. Posteriormente deve fazer uma sessão de estudo que intercale a nova matéria com outras estudadas anteriormente.

Este método facilita a discriminação entre diferentes tipos de conceitos ou problemas, o que é particularmente importante quando esta discriminação é um dos elementos da avaliação a realizar.

5. Auto-explicação ou Interrogação Elaborativa

Entre os diferentes métodos de estudo, este pede ao estudante que encontre uma explicação sobre a forma como a nova informação se relaciona com o conhecimento anteriormente adquirido, ou explique a si mesmo os passos envolvidos na resolução de um problema.

É importante que as explicações sejam criadas pelo próprio, uma vez que é essa criação da explicação (e a relação com o conhecimento já adquirido) que torna o método eficaz.

6. Escrever resumos

Este método pede que identifique o que é importante e a forma como as várias ideias se relacionam umas com as outras.

Escrever resumos é sintetizar, colocando a informação nas suas próprias palavras. Esta técnica permite criar uma ligação mais próxima com a matéria promovendo a sua compreensão e memorização.

7. Sublinhar e Reler

Deve garantir que sublinha o menos possível, já que isso aumenta a eficácia deste método. Comece por ler os textos para encontrar as ideias principais antes de começar a sublinhar e discrimine informação importante e trivial.

Reler a matéria anteriormente estudada é um bom método para recordar a informação que vai ser utilizada na avaliação.

8. Controlar o tempo durante o teste/exame

Este também é um dos mais eficazes métodos de estudo, visto que na hora “h” há que se capaz de colocar no papel a informação certa.

Comece por ler o enunciado todo, com muita atenção. Se lhe ocorrerem algumas informações importantes, anote-as numa folha de rascunho. Se já estiver num nível mais avançado, já terá a capacidade de calcular o tempo que precisa para responder a tudo.

Veja quais as perguntas com maior cotação e, se possível, dê-lhes prioridade. É importante começar pelas respostas que domina para ganhar coragem e confiança para o resto da prova.

É fundamental manter a calma e não entrar em pânico se não souber algumas respostas.

 

 

 

12.11.2020
Fonte: www.e-konomista.pt