A preocupação com acções de carácter social constitui uma prática com longos anos. Em 1953, com a publicação da obra de Howard Bowen intitulada “Social Responsibilities of the Businessman”, considerada o marco no entendimento e sistematização da responsabilidade social das empresas, o tema assumiu nova importância nos meios académico e empresarial norte-americano.

No início dos anos 60, os Estados Unidos da América registam um movimento de popularização de temas relativos à ética e à responsabilidade social das empresas. Para este movimento muito contribuiu, entre outros factores, o repúdio, por parte de uma crescente fatia da população, à guerra do Vietname, o qual se manifestou, entre outras acções, pelo boicote à aquisição de produtos e serviços das empresas que, de alguma forma, usufruíam de uma ligação ao conflito.

Consequentemente, algumas empresas passaram a divulgar informação sobre as suas práticas em termos sociais e ambientais. A par deste facto, a luta pela igualdade de direitos, o fim da discriminação racial, a crescente sensibilização das mulheres e a prossecução de acções de luta pela conquista do seu espaço no mercado laboral e na vida política, bem como um clima de contestação geral e de luta por novos valores e novas atitudes (movimento que experimentou um rápido alastramento à Europa, e criou condições para fenómenos e movimentos sociais como o movimento de Maio de 1968), provocaram mudanças nas empresas no que respeita às suas práticas no relacionamento com funcionários, consumidores, fornecedores e meio ambiente.

Responsabilidade Social

“O conceito de responsabilidade social na sua definição atual é plural, no sentido em que os gestores não devem prestar contas apenas aos accionistas, mas, antes, a todos os que se relacionam com as empresas, ou para cujo negócio contribuem.”

Tais mudanças, vistas à distância dos dias de hoje, não poderiam ser mais naturais e (quase) óbvias, se tomarmos em conta a crescente globalização das economias e da acção de grandes multinacionais voltadas para o consumo, de par com a evidente necessidade de “seguir” o mercado e as suas preferências.

Foi, no entanto, durante o final da década de 60 e início da década de 70, que o tema ganhou destaque, quer nos Estados Unidos da América, quer na Europa – particularmente, em França e em Inglaterra -, quando as empresas passaram a elaborar e a publicar relatórios sobre as actividades de carácter social, dando assim corpo a um modelo e a uma prática que hoje vemos corporizados nos conhecidos Balanços Sociais.

O primeiro Balanço Social, nos moldes em que hoje é entendido, foi levado a cabo em França, no ano de 1972, pela empresa SINGER. Este país foi, aliás, pioneiro na obrigatoriedade de elaboração periódica do Balanço Social para empresas com mais de 750 trabalhadores, após a publicação da Lei 77.769, de 12 de Julho de 1977.

Em 2001, a Comissão das Comunidades Europeias definiu a responsabilidade social das empresas como sendo “a integração voluntária de preocupações sociais e ambientais por parte das empresas nas suas operações e na sua interacção com outras partes interessadas”.

O conceito de responsabilidade social na sua definição actual é plural, no sentido em que os gestores não devem prestar contas apenas aos accionistas, mas, antes, a todos os que se relacionam com as empresas, ou para cujo negócio contribuem. Esta pluralidade encerra igualmente o conceito de distribuição, na medida em que abrange toda a cadeia produtiva, devendo as empresas incorporarem práticas socialmente responsáveis, processo de incorporação esse que deve ocorrer, não só no produto final, como em toda a cadeia produtiva.

A responsabilidade social, assim entendida, não pode ser dissociável do conceito de desenvolvimento sustentável, dado que as empresas devem integrar nas suas operações o impacto económico, social e ambiental.

Fonte: http://www.cgov.pt

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