Definir um objetivo, admitir os sentimentos e fazer o que tem de ser feito. Estes são os três pilares da Terapia Morita, uma filosofia japonesa que ajuda a ultrapassar obstáculos e vencer as adversidades. É um método criado pelo psiquiatra e budista zen japonês Shoma Morita, “que ensina a aceitar os sentimentos sem tentar controlá-los, já que os mesmos mudarão através das ações”, explicam Francesc Miralles e Héctor García.

De acordo com os autores do livro “Ikigai – Viva bem até aos cem”, publicado em Portugal pela editora Albatroz, este método, já com milhares de seguidores em várias partes do mundo, “ensina a aceitar as emoções e procura criar novas emoções com base na ação”. Segundo Shoma Morita, o seu criador e principal dinamizador, “estas emoções aprendem-se através da experiência e da repetição”.

São três as regras a seguir:

1. Descubra o seu propósito vital

“Embora não seja possível controlar as emoções, pode assumir o comando das atitudes que adota todos os dias. Por isso, tem de saber claramente qual é o seu objetivo e ousar olhar para dentro de si, de forma a descobrirmos o seu ikigai”, sublinham os autores da obra.

2. Aceite os seus sentimentos

“Não tente controlar os pensamentos obsessivos nem livrar-se deles. Ao fazê-lo, torna-se mais forte, pois, segundo Shoma Morita, as emoções são como o tempo. Não podemos prevê-las nem controlá-las, apenas observá-las”, advertem Francesc Miralles e Héctor García.

3. Faça o que tem de fazer

“Focalize-se no presente e, mesmo se estiver em sofrimento, deve aceitá-lo, pois a recuperação surgirá de forma espontânea. E, acima de tudo, evite intelectualizar a situação”, referem ainda os especialistas.

A Terapia Morita aliada ao hara hachi bu

Um dos povos nipónicos com maiores níveis de longevidade há muito que adotou os princípios que norteiam esta filosofia. “Os nativos de Okinawa seguem a sabedoria ancestral que aconselha a não comer até ficarmos cheios e param de comer quando sentem que o estômago está a 80%. Uma maneira fácil de aplicar o hara hachi bu é não comer sobremesa ou diminuir ligeiramente as porções”, referem os autores.

“Esta dieta obriga o corpo a desgastar-se e acelera a oxidação celular para poder fazer uma digestão prolongada”, acrescentam. Em Okinawa, uma ilha japonesa localizada a este do Mar da China, “as refeições são servidas em pratos pequenos, o que ajuda a comer menos, e baseiam-se em 15 antioxidantes naturais, que retardam a oxidação das células e neutralizam os radicais livres que as danificam”.

Além do tofu, do miso e do atum, a lista dos alimentos que integram esses nutrientes essenciais inclui ainda a cenoura, a couve, a alga nori, a cebola, os rebentos de soja, a batata-doce, os pimentos, o chá sanpincha e o goya, um legume verde amargo, a par da alga konbu, dos grãos de soja e do hechima, um tipo de pepino muito popular nos países asiáticos ainda desconhecido da generalidade dos portugueses.

 

19.10.2018
Fonte: lifestyle.sapo.pt